sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tenho amigos habitados por árvores



há vários pés de tarumã dentro deles.
onde se pode deitar à sombra
e contemplar o todo, a vida que passa,
a natureza de agoras.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Confessionário


 
 
Às histórias são feitas jus se contadas com esmero. Tal um gole de vinho que se deixa demorar na boca, no intuito de se reconhecer bem mais que seus taninos. São nas histórias que reconheço a plenitude das coisas. E, sem elas, sou apenas abismo.
 
Começo também com um pedido desesperado a uma Jéssica do futuro. Para que, caso eu falhe, encontre aqui os nós que precisam ser desatados. Cabendo a ela, a tarefa fenomenal de rearranjar as cordas vocais do meu texto. E que assim tremulem. E que assim balacem. Incessantemente. Até fazer soar um grito rouco e gutural, que aí sim estarei eu travestida de metáfora. E serei plena como todas as coisas.