sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Não se pode fugir a um infinito, disse comigo, fugindo em direção a outro infinito; não se foge da revelação do idêntico, na ilusão de que se pode encontrar o diverso."



Umberto Eco - O pêndulo de Foucault







"As sombras dizem mais às pessoas solitárias, são sempre um esboço menos severo de algo. Se intensas e contínuas, o que nos resta é breu de luar, faz dos olhos nebulosas inconstantes que se abrem e apagam. Nunca sei o que realmente se passa no escuro, quando cerro minhas pálpebras, e nego com inocência infantil que o que miro ao abrí-las possa vir a ser uma miragem ou uma peça que o passado me pregou. Há muito nos instantes em que me ausento. Há tanto que horas se tornam inacabadas por milésimos de segundo inconcebidos.”

 

Maria parava por sabe-se lá quanto tempo, uma ou duas pitadas de ponteiros. A minha mudez era tamanha que o silêncio fazia com que meus ouvidos doessem. Enquanto ela tocava a xícara com os lábios, minha percepção mais aguçada se encontrava, penso que conseguia ouvir o líquido se movendo.

2 comentários:

Paula § Danna disse...

Que bom te ouvir, pequena Jess..
Saudades de Belinda..
Quando teremos mais um maravilhoso livro seu postado??
Aguardo..

Bjuss

Jess disse...

Vai demorar um pouquinho...
mas em breve!

Já estou com duas histórias a caminho.


(: