maria!
não sabe o caminho.
maria! maria! volte aqui!
maria!
não sabe o caminho.
porque nunca foi desenhado. não existe em um mapa, nem em um quadro ou um risco ou um borro. não é feito de estrelas, nem pedras, nem pistas. não há como segui-lo, nem prendê-lo, capturá-lo entre os dedos. porque o caminho está confinado em um tinteiro e se estende em todas as direções.
maria! maria! volte aqui!
maria!
não sabe o caminho.
porque nunca foi desenhado. não existe em um mapa, nem em um quadro ou um risco ou um borro. não é feito de estrelas, nem pedras, nem pistas. não há como segui-lo, nem prendê-lo, capturá-lo entre os dedos. porque o caminho está confinado em um tinteiro e se estende em todas as direções.
porque o tinteiro nunca deixou a estante da loja. nem a fábrica de origem. nem a ideia que o criou. porque não existia ideia. ela agora existe. existe e caminha. não, mais rápido do que isso, nesse enquanto os pés de maria giram no ar, e a ideia é algo que se pedala e imprime histórias no asfalto e não diz onde, nem quando, que, se maria nunca parar, não acaba, não existirá, nem existiu,
o caminho é sempre presente.