Num brechó localizado no centro histórico do Rio de Janeiro, havia duas cadeiras. A primeira oriunda de um burguês falido do Leblon e a segunda da família de um traficante morto. Entre os burburinhos das pessoas, elas conversavam:
- O centro tá cheio hoje, hein?
- É...
- Acha que vão te comprar?
- Quê isso, bróder, tô acabadona e tu?
- Ah, sou muito cara e não vejo socialites por aqui.
- É, tá loco, mano, medão de ser assaltada ou morrer.
- Verdade.. Como que era lá no morro?
- Fogos de artifício e tiro ao alvo sem prendinhas. E lá no aparti?
- O garanhão não trabalhava, vivia de herança, mas depois de tanta amante perdeu tudo na justiça.
- Sei como é... Ah, nem... bem que podiam tirar a gente do sol, né?
- ih... Olha lá o tipo, hein?
- Tirou uma nota de cem, mano, burguês vestido de tráfico.
- De vez em quando, eu acho que eles são um povo só.
- E são, mas fingem que não.
- Olha o arrumadinho, aí.
"Assalto!" "Assalto!"
Roubaram tudo e as cadeiras foram quebradas.
10 comentários:
singelo.
curto.
delicado.
e...
brilhante!
Hoje que vi seu recado...
gosto de silêncios que depois são revelados, hehehe
Gostei muito de ver um desenho meu neste seu cantinho.
És de onde?
http://www.youtube.com/v/j0WCQadt864&hl=pt-br&fs=1
e o diálogo secreto das cadeiras...
sempre achei que existissem como tantos outros diálogos de outras coisas tantas.
tudo tem algo a dizer não é mesmo?
:)
quem prefere nã ouvir, rejeita da pior forma possível.
Genial... uma crítica que se veste de fábula, mas na verdade é um...
Bjus na sua alma!!
acho que assaltaram vc aqui do blog
=~
jess gosta de jazz?
entao guardamos todo preconceito em um lixo profundo,e que nem de longe tem chance de reciclagem..no tempo em que mocinhos e bandidos se misturam de forma homogenia,robando corações ou malas de dinheiro.otimo texto.
abraços.
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