Caminhando com uma caneta no bolso, eu sento na calçada e penso nas milhares de histórias que ela pode contar. Seja rabisco ou palavra, signos novos e velhos, guardados na tinta e na mão de quem escreve. Pelas madrugadas, enquanto essa crônica é construída, eu entendo finalmente o caso de amor do papel pela cor que a caneta de fina ponta o corta metaforicamente. É um caso que o o Homem induz e assiste, porque não podia viver sem.
Na imensidão do Homem existe um abismo que só pode ser visto sob a óptica do risco no papel. Que nem sempre foi papel. Foi pedra pintada por antigas civilizações, outras vezes entalhada. Até chegar na forma branquinha, houve um caminho árduo com papiros e pergaminhos. E não pôde ser a bruta mão humana quem continuava a pintá-la, dedo a dedo, ou um pedaço de pedra, primeiro veio a pena. Com ela, tinteiros se derramaram de cartas, petições, notícias, livros e desenhos.
Caminhando com uma caneta no bolso, eu carrego a obra prima da tradução da humanidade, lei a lei, regra a regra, linhas permeadas ou não de poesia. Quem olha de longe, tão comum, pensa, " é uma moça com caneta no bolso", "só". Mas dentro do tecido da minha calça cabem coisas incabíveis, que conseguem apenas transbordar para o mundo. É por isso que passo noites inteiras de insônia com a mão coçando. De tantas idéias saltando, elas escorrem e fogem do tempo de riscá-las no papel branco.
Branco, como milhares de cores juntinhas e girando rapidamente. Entre pilhas de guardanapos e chamex, as paredes da humanidade soerguem nesse abismo louco chamado linguagem. Discurso a discurso, o papel segue o curso que a caneta comanda, num rio de tinta de correnteza, que a mão realiza por não conseguir deixar de ser parte. E nesse depende-e-depende, o Homem não vive sem a caneta, nem ela sem o papel, assim como o papel não tem sentido sem o Homem.
Caminhando com uma caneta no bolso, eu sou Homem e papel, e, papel e Homem, me rabisco.
Na imensidão do Homem existe um abismo que só pode ser visto sob a óptica do risco no papel. Que nem sempre foi papel. Foi pedra pintada por antigas civilizações, outras vezes entalhada. Até chegar na forma branquinha, houve um caminho árduo com papiros e pergaminhos. E não pôde ser a bruta mão humana quem continuava a pintá-la, dedo a dedo, ou um pedaço de pedra, primeiro veio a pena. Com ela, tinteiros se derramaram de cartas, petições, notícias, livros e desenhos.
Caminhando com uma caneta no bolso, eu carrego a obra prima da tradução da humanidade, lei a lei, regra a regra, linhas permeadas ou não de poesia. Quem olha de longe, tão comum, pensa, " é uma moça com caneta no bolso", "só". Mas dentro do tecido da minha calça cabem coisas incabíveis, que conseguem apenas transbordar para o mundo. É por isso que passo noites inteiras de insônia com a mão coçando. De tantas idéias saltando, elas escorrem e fogem do tempo de riscá-las no papel branco.
Branco, como milhares de cores juntinhas e girando rapidamente. Entre pilhas de guardanapos e chamex, as paredes da humanidade soerguem nesse abismo louco chamado linguagem. Discurso a discurso, o papel segue o curso que a caneta comanda, num rio de tinta de correnteza, que a mão realiza por não conseguir deixar de ser parte. E nesse depende-e-depende, o Homem não vive sem a caneta, nem ela sem o papel, assim como o papel não tem sentido sem o Homem.
Caminhando com uma caneta no bolso, eu sou Homem e papel, e, papel e Homem, me rabisco.
2 comentários:
Caramba, Jéh, é com imenso prazer que te digo: compartilhamos do mesmo pensamento e sentimento, em relação à escrita; à relação entre caneta, papel, homem e bolso.
eu achei lindo demás.
quando estou pertinho de adormecer, vem aquela idéia, aquela frase de alto efeito (rs), aquelas teorias. Ai penso em deixar p lá, pois já passei da hora de dormir, e se isso acontecer, será dificil adormecer, mas em outras vezes eu levanto e penso que é mais forte que eu.
ai ai...
Depois de lindas palavras, como essas, tudo o que tenho a dizer é: Parabéns!!!
Obrigado por traduzir as emoções que as vezes nos é difícil exprimir.. sua caneta, ou seu teclado, é a boca dos que te lêem.
Bjus salpicados de amor
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