quarta-feira, 12 de março de 2008

De maneira poética!


Queria saber quem foi o infeliz que pela primeira vez conotou a poesia como visão bela da palavra... Poesia está para vida tal qual cor está para tinta, existem dias de escuridão. Dias, muitos dias, em que uma nuvem de poeira cola nossas pálpebras e ficamos apenas com o irreal, acreditando que aquele verde da bandeira é o Brasil-multi: multiplicada fauna, multiplicada riqueza, multiplicada esperança, o Brasil de todos.

Crescimento, é essa a palavra, mas o país já é enorme, não é mesmo? Crescer para quê?! O crescimento econômico da China e da Índia nos últimos anos beneficiou a América Latina, o Brasil não precisa se auto-beneficiar... Afinal nós somos um país multi-ético, sem preconceito, sem desigualdades, é por isso que a mulher latino-americana ainda recebe salário entre 20% e 30% menor do que o homem nas mesmas atividades.

É, pessoal, vamos potencializar o jovem do tráfico de drogas! Ele salvará sua comunidade, investimentos na educação de base não. Melhores qualificações e empregos... Quem precisa disso? Nós somos um povo bonito, povo do futebol, povo que samba! Se nada tem, faz um batuque, faz um rebolado, não reclama, não luta, não muda... ginga!

Ainda tem quem tente abrir os olhos, passar um pano úmido na poeira, fitar o lema nacional estirado em mastros, mas ao procurar o verde exuberante encontra uma mancha negra. Feito um buraco, ela parece engolir o losango, o globo e toda a ordem e progresso. Quem tem coragem fita que todo o excesso de esperança virou desespero profano, em que cada passo do sambista é um andar em falso.

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