segunda-feira, 20 de outubro de 2008


O silêncio da chuva. Começa com a primeira piscadela de uma gota para o chão. De pouco, indivíduo a indivíduo se esconde. Embaixo d'uma folha, dentro do tronco seco, num buraco, uma casinha de barro, paredes de concreto. Animal, monstro, homem, quando o friozinho do vento úmido chega, hiberna numa toca em busca de aconchego. O lado de fora vai ficando um tanto mais quieto, dança do abandono de água e ar. E quem se atreve a desbravá-lo sente o barulho do seu passo acompanhado. Para tanto, que sente que não emite som, nem chuva, nem vento. Sente mesmo é o barulho da calma; ouve no tempo um silêncio sem solidão. Quem tem coragem enxerga num vendaval, por mais danoso e urgente de fuga, um refúgio. Quando todos se guardam por dentro, ele se encontra na casca. E essa casca é a coisa ainda que não se vê povoada de som, é o silêncio da chuva e o carinho do vento. É o meu desespero esvaziado pela fuga do mundo. Esvaziado, o mundo, pela fuga do espero. Mas a corrente de ar não dá passagem, não agüenta, rasga, atravessa vestida de chuva. E eu?...

Dispo o vento.

8 comentários:

Anônimo disse...

*

Anônimo disse...

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Lupe Leal disse...

caramba,
fiquei impressionado com a quantidade de material. não é todo mundo que dá tanta atenção assim a um simples pedido. valeu mesmo!

bem, gostei muito da maioria deles, vou tirar umas cópias, e logo devolverei. pena mesmo é que é quase fim do ano e não vai dar tempo de colocar tds essas idéias em prática no jornal da escola, etc.
mas as idéias não ficarão perdidas.
valeu de novo.

até mais,
abraços.

p.s.: valeu tbm pelo comentário, a poesia é mta bonita.

Lupe Leal disse...

p.s.: mto bonito o texto, vi que vc colocou mais "holiday" na sua playlist, e eu vou ficar colocando 'repeat' neles.

Lupe Leal disse...

p.p.p.p.p.p.s: preciso te pedir para não colocar só o meu nome no link do blog, pq não sou o único autor. mas agradeço ter "linkado".

grande abraço,
fim.

Lasevitz disse...

"(...) y sobrevino un diálogo memorable, absolutamente recubierto de malentendidos, de desajustes que se resolvían en vagos silencios, hasta que las manos empezaron a tallar, era dulce acariciarse las manos mirándose y sonriendo"

J.,

fico feliz que a caixa tenha servido e que as gotas de água tenham passado por aí e chovido. com sorte, com ritmo e batendo em telhas rachadas, que aí se chove duas vezes.

o delírio eu também guardei. deixei aqui ao pé do ouvido para vigiar a razão que às vezes se intromete no assunto dos sentimentos atados e as palavras que são cúmplices.

agora fico aqui de voyeur, admirando o vento despido. a qualquer momento mando ele passar por aí. disfarçado de sussurros, que talvez te acordem, ou te durmam, ou te sonhem.

um sopro,

R.

Paula § Danna disse...

A chuva é o mais doce dos sons.. e o mais angustiante..

enquanto ela lava o seu corpo, ela leva a sua alma!

*borboleta disse...

dá uma passada de leve no meu borboletário depois...*

{desejo é um vento stripper pra vc}*

evy